Empresas familiares representam mais de 70% dos negócios no Brasil, mas apenas 13% sobrevivem à terceira geração. A razão? Falta de governança. Quando interesses familiares e empresariais se misturam sem estrutura, conflitos surgem, e a harmonia da família — assim como o futuro da empresa — fica ameaçada. É aí que entra o conselho familiar: um pilar principal para equilibrar relações familiares e decisões estratégicas.
Este artigo explica como criar esse mecanismo, garantindo que sua família empresária não só preserve seu legado, mas também alcance o sucesso empresarial.
O conselho familiar é um fórum formal que organiza decisões, evitando conflitos entre família e negócio.
Empresas familiares sem governança tendem a ser insustentáveis a longo prazo.
Implementar um conselho exige definir regras claras, membros capacitados e reuniões regulares.
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O conselho familiar é uma instituição formal composta por membros familiares e, às vezes, consultores externos. Sua missão é alinhar valores familiares com estratégias do negócio. Já o conselho de família (termo menos comum) refere-se a encontros para discutir assuntos pessoais.
Enquanto o primeiro foca na governança (planejamento, sucessão, ESG), o segundo trata de questões como herança ou educação dos filhos.
Sem um conselho, conflitos como falta de planejamento ou falha na comunicação podem destruir décadas de trabalho. Por exemplo:
Caso Real: Uma empresa de construção civil faliu porque dois irmãos discordavam sobre investir em tecnologia. Sem um conselho para mediar, a disputa paralisou operações.
O conselho familiar serve justamente para evitar isso, criando um espaço neutro onde todos os membros da família podem expressar opiniões sem prejudicar a gestão da empresa.
A principal dificuldade é separar emoções de decisões racionais. Por exemplo:
Um membro quer promover um filho não qualificado para a diretoria.
A família resiste a trazer um CEO externo, mesmo que isso beneficie o negócio.
O conselho familiar deve estabelecer critérios objetivos para cargos e investimentos, como capacitação ou análise de métricas.
Empresas que ignoram a governança familiar enfrentam:
Divergências sucessórias: Brigas por herança ou controle.
Estagnação: Medo de inovar para não desagradar parentes.
Desalinhamento de valores: A próxima geração não se identifica com a missão da família.
Antes de criar um conselho, é importante ter clareza sobre:
Qual é a visão de sociedade da família?
Como os valores familiares se conectam ao negócio?
Sugestão: Realize workshops para mapear esses pontos com todos os familiares.
Número de Membros: Opte por um número ímpar (ex.: 5 ou 9 membros) para evitar empates em votações.
Critérios de Participação: Defina se apenas adultos podem votar ou se há espaço para a participação das novas gerações.
Realize a Primeira Reunião: Aborde temas como sucessão, dividendos e critérios para entrada de familiares na empresa.
Crie um Código de Conduta: Regras claras evitam que relações familiares interfiram em decisões.
Monitore Indicadores: Acompanhe métricas de desempenho empresarial e satisfação familiar.
O conselho familiar é um pilar principal, que exige tempo, mas evita crises e garante a harmonia da família.
Empresas familiares precisam enxergar a governança não como burocracia, mas como proteção do legado.
Dica Final: Comece com reuniões regulares e um plano de ação simples. Baixe nosso modelo de ata para a primeira reunião!